De cada vez que a via uma única palavra o assolava de repente: bonita.
Com tantas palavras e tantas características passíveis de a descrever, era sempre naquela que pensava quando se lembrava dela. Tentou banalizar a palavra associando-a a outras coisas: bonita árvore, bonita paisagem, bonita chávena, bonita camisola, bonita caneta, bonita...Mas todas as vezes que a dizia, de todas as vezes que aquela palavra se formava nos seus lábios, era a face dela que lhe aparecia e assim via-a em todo o lado: nas árvores quando caminhava pela rua, na paisagem da sua janela, na chávena do café, na camisola que vestia de manhã, na caneta com que entretanto lhe começou a dedicar poemas! Ele...a escrever poemas! Não entendia...Está bem que ela era bonita...Não!...Linda...Não!...Simplesmente e incrivelmente interessante, misteriosa, inteligente, extrovertida, maravilhosa...bonita...Lá estava aquela palavra outra vez...! Com o tanto que ela era, ele achava aquela palavra simples demais...simples como as sua linhas, natural como o seu sorriso, pura como a sua pele, inocente como o seu olhar...bonita.
Um dia, enquanto conversavam sentados num jardim, ela perguntou-lhe de repente: "Achas-me bonita?". E ele, sorrindo, compreendendo enfim..."Sim".
Um dia, enquanto conversavam sentados num jardim, ela perguntou-lhe de repente: "Achas-me bonita?". E ele, sorrindo, compreendendo enfim..."Sim".