
Sinto um temporal à minha volta.
Os meus cabelos, revoltos no ar, movem-se como se fugindo de algo. Sinto o poder do vento, a sua força em cheio no meu corpo. Como que por oposição às arvores, vergando-se até ao limite, permaneço parada, estática no centro do temporal.
Fecho os olhos e em vez do barulho das folhas ou do som do vento, ouço apenas os clamores dentro de mim...Será que mais ninguém os ouve?
A paisagem modifica-se de repente. Vejo negras nuvens avançando determinadas e o cheiro a chuva e a electricidade paira no ar.
Tudo se encontra em suspenso, procurando onde avançar no Tempo.